Powered By Blogger

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

1ª análise do Resumo Não Técnico do EIA do Troço Alta Velocidade em Ponte de Lima


       Numa análise preliminar e focalizada sobre o sub-troço 2 da linha de Alta Velocidade (AV) Porto-Vigo (Troço Braga-Valença) a primeira impressão é que a nossa análise realizada às duas alternativas de passagem pelo Município de Ponte de Lima foi correcta.
       Segundo as conclusões do EIA (Estudo de Impacte Ambiental) a alternativa A (Nascente) é a mais favorável para a passagem do comboio de AV no Concelho.
       A descrição dos traçados das diferentes alternativas é muito próxima da realizada por nós, havendo apenas ligeiras diferenças sobretudo na alternativa A, nomeadamente no vencimento do obstáculo: Rio Lima. Apesar da figura 6 anexada ao Resumo Não Técnico (RÑT) ter a escala que tem (1:25 000), de todo não ideal para questões de pormenor, a cota da ponte que vence o Rio Lima será mais elevada do que nós prevíamos na nossa análise! Pelo que parece a amarragem da ponte na vertente N do vale do Rio Lima situar-se-á entre os 50 e 60m de altitude. Situação que provoca um aumento da dimensão da obra de arte (~1,8km?!)" e maior impacto na paisagem. Na nossa análise apontava-mos uma cota bem mais baixa (~30m), mas obviamente não tivemos em conta o nó das Auto-Estradas na margem N, apesar de chamar-mos à atenção para esse problema. No entanto, a principal razão apresentada no RÑT prende-se com o conflito com habitações na vertente S, «evitar expropriações de casas na vertente Sul, que se situam radialmente à EN 203»(pg.9).
          Para nós um viaduto a passar sobre as casas e sobre o vale a ~50m do leito do rio não é de todo uma solução às expropriações. Certamente que as pessoas que lá vivem preferirão ir viver para outro lado numa casa nova, mais adaptada às comodidades da vida actual, do que viver "debaixo da ponte"! Penso que a solução que apontámos de a linha passar sobe a N203, tal como acontece com a A3 seria menos impactante para este limite NE da área urbana da Vila de Ponte de Lima. Para isso o vertente N teria de ser vencida por um pequeno túnel. Pensando numa ponte mais curta, logo mais barata, o acréscimo de mais 1 túnel não seria demasiado dispendioso... dado os impactos negativos apontados. O problema será sempre na margem N, as A-E, pois a linha terá de passar a ~5 m acima da A27 e por baixo da A3, ou ~5m acima da A3! Mas nesta matéria a Engenharia poderá apresentar diversas soluções. Depois há que jogar com a P.U.E.C. projectada em Bradara logo a seguir ao topo da vertente N do vale!
        Resumido há que explorar esta questão da ponte sobre o Rio Lima. Parece-me que será um dos ponto que levantará mais conflitos, mas com estudos mais pormenorizados poderão ser encontradas soluções que minimizem os impactos. De certo que uma ponte a passar pelo topo da vertente N do vale, como a que aparece projectada na fig. 6, afectará a paisagem já fatigada com uma encruzilhada de 2 A-E! A esta cota veremos os comboio passar da ponte velha de Ponte de Lima! Será isso que queremos ver na paisagem!?
        Outro aspecto que importa discutir: a PUEC projectada pode vir a ser uma futura estação do Vale do Lima?! Com o tráfego apontado de 9 comboios diários em cada sentido não me parece que uma paragem em Ponte de Lima possa complicar muito as coisas! Volto a insistir, esta linha não é uma linha de  AV  de 1.ª ordem, é sim uma linha de 2.ª ordem, de VE (Velocidade Elevada) ao nível do "nosso" Alfa Pendular, logo não é uma linha de AV como a de Lisboa-Madrid. De resto isto mesmo é apontado no RÑT para uma 1.ª fase de funcionamento da linha, pois será muito provavelmente com os Alfas Pendulares, que migrarão da linha do Norte actual, que o serviço de VE será assegurado. A construção em bitola ibérica numa 1.ª fase que ligará à actual e renovada linha do Minho/Ramal de Braga assim o indica.
        Para mim penso que seja uma boa ideia aproveitar o tempo de vida que os Alfas ainda deterão daqui a ~5 anos. Mas é imperial a introdução de travessas de dupla fixação para uma rápida mudança de bitola quando a 2.ª fase da linha (Porto-Aeroporto-Braga) for concluída. Por outro lado, essa 2.ª fase não deve retardar-se demasiado, pois o Aeroporto do Porto sairia muito a perder!
        Em suma: há que lutar pela estação no Vale do Lima (P.U.E.C de Brandara), corrigir a passagem no Rio Lima, minorando os impactos na paisagem e acertar alguns pormenores que possam por em causa o património mais valioso para as pessoas - as suas casas. Mas como referi, será melhor mudar para um novo local, com melhores condições de vida, do que permanecer debaixo ou colado à linha de comboio. Claro que cada pessoa pensará para si mesma e sua família a melhor opção.
       

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Estudo de Impacte Ambiental da Linha de Alta Velocidade Braga-Vigo já está para consulta pública até 13Jan'10

Apesar do sítio da RAVE ainda não o ter noticiado já se encontram disponíveis para consulta pública as conclusões do Estudo de Impacte Ambiental para a linha AV Braga-Valença. O Resumo Não Técnico e cartografia estão disponíveis no sítio da APA, Agência Portuguesa do Ambiente:
http://aiacirca.apambiente.pt:8980/Public/irc/aia/aiapublico/library?l=/aia2102_ferroviria/resumo_no_tcnico&vm=detailed&sb=Title
Infelizmente o acesso online ao documento na integra, com toda a informação técnica, não é possível! Para isso temos que nos deslocar p.e. à Câmara Municipal de Ponte de Lima, entre outras instituições. Para mais informações: http://www.cm-pontedelima.pt/noticia.php?id=299