CPA 4000 Alfa Pendular da CP.
Portugal já possui material circulante de Alta Velocidade, falta-nos as linhas...
Foto retirada de: http://www.world66.com
Como havíamos escrito é possível Ponte de Lima "lutar" por uma estação na linha de Alta Velocidade (AV) Porto-Vigo! Todos os nossos argumentos apresentados nos últimos "posts" são refutados num dos relatórios que sustentam o Projecto que o Estado Português apresentou na candidatura aos Projectos Prioritários da TEN-T [(«Trans-European Transport Network») (Rede Transeuropeia de Transportes)]. Este relatório está diponível no sítio da RAVE (www.rave.pt). (ou então procurar no Google: Alta Velocidade Ponte de Lima. É dos primeiros a surgir)
Na pg. 3 do relatório «PART B - Technical and financial information», relatório este integrado na «APPLICATION FORM for Community financial aid in the field of the trans-European transport network. Multi-annual work programme 2007-2013 Field 1 - TEN-T Priority Projects CALL FOR PROPOSALS 2007» lê-se em bom português o seguinte:
«Relativamente ao serviço de passageiros, é de realçar que a existência de estações intermédias não obriga à paragem de todos os comboios, sendo que tal dependerá do modelo de exploração que vier a ser adoptado. Com efeito, para além do serviço directo de Alta Velocidade entre as cidades de Porto e Vigo, estão também previstos serviços com paragens intermédias, que poderão servir de forma alternada essas estações ou abranger a sua totalidade. O modelo de exploração criteriosamente concebido potenciará, assim, a coesão e competitividade de todo o território atravessado e estimulará o desenvolvimento das designadas “Cidades AV”.»
Deste modo os nossos autarcas em vez de fazerem propaganda política "populista" dizendo "Não ao TGV" deviam era lutar pelos interesses da sub-região do Vale do Lima, para que esta, tal como as do Vale do Minho e Vale do Cávado, possa ser uma das "Comunidades AV". O populismo destas políticas nada serve os interesses da região, se assim fosse porque não se disse "Não à A3, não à A27, não ao IC28?!" São infra-estruturas que trouxeram muito mais impactes negativos do que a linha de Alta Velocidade trará, pois trata-se de um modo de transporte muito mais sustentável que o actual transporte rodoviário!
E em relação aos impactes positivos? Mesmo que não haja estação!? Alguém já os discutiu!? Salientaria apenas alguns que me parecem evidentes: menos tráfego de camiões na A3 e A28 (sobretudo nesta, porque não tem, para já, portagens), logo menos poluição e mais segurança para os automobilistas que lá conduzem e ainda maior durabilidade da infra-estrutura, que, de certo modo, compensará o menor rendimento nas portagens. Muito mais se poderia dizer... obviamente... mas em Ponte de Lima parece-me que poucos são aqueles que pensam a longo prazo, nomeadamente no que toca a política de transportes e mobilidade.
Sendo assim há que discutir qual o melhor traçado para a região, nomeadamente no que refere à sua sustentabilidade. Este conceito deveria, de resto, ser a base de todo e qualquer projecto, da Economia e da Sociedade Humana em geral. E a sustentabilidade não é só ambiental, mas também social e económica!
Há primeira vista o traçado que acompanha a A3, pelas razões que já apresentei, parece-me o mais sustentável, mas só depois do Estudo de Impacte Ambiental ser divulgado (esperemos que bem organizado e independente) é que se poderão tomar decisões... Espero que os autarcas em vez de se guerrearem, estudem, informem-se para que possam decidir e apresentar explicações à população com base em critérios firmes... e não levianos como aqueles que se ouvem e se leêm durante as campanhas eleitorais!
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