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domingo, 12 de agosto de 2007

Ribeira d'Alge em Alvaiázere, um paraíso (quase) perdido!

Para comemorar o Dia Nacional das Áreas Protegidas (28 Jul'07) um amigo convidou-me para um percurso pedestre pela ribeira d'Alge em Alvaiázere.



Um paraíso perdido no meio de uma área de eucaliptal, ardida recentemente, já no Maciço Antigo, onde, ao contrário da Orla Lusitânica, dominam os granitos e xistos. (PS: em termos morfoestruturais o território continental está divido em 4 grandes áreas, o Maciço Antigo, as duas Orlas (a Ocidental ou Lusitânica e a Algarvia - bacias sedimentares antigas - calcários e margas) e a Bacia Sedimentar do Tejo-Sado (mais recente) - areias.)


No fundo de um vale mais ou menos encaixado encontra-se um, aparentemente bem preservado e adulto, bosque de galeria de amieiros (Alnus glutinosa (L.) Gaertner), choupos (Populus nigra L.) e freixos (Fraxinus angustifolia Vahl. , e também loureiros (Laurus nobilis L.), ladeado aqui e ali por carvalhos-cerquinho (Quercus faginea Lam. subsp. broteroi (Coutinho) e carvalhos-negral (Quercus pyrenaica Willd.)


No subosque encontramos grandes arbustos (ou pequenas arboretas) o sabugueiro (Sambucus nigra L., sanguinho-de-água (Frangula alnus Mill.), o pilriteiro (Crataegus monogyna Jacq.), o medronheiro (Arbutus unedo L.), as urzes (Erica sp.) mas também a gilbardeira (Ruscus aculeatus L.) e 2 ou 3 espécies de fetos (feto-real, Osmunda sp...) e a murta (Myrtus communis L.) entre outros...





























Este biótopo no fundo do vale foi poupado pelos incêndios que devastaram o eucaliptal (Eucalyptus globulus Labill. e matos nas vertentes (excepto a maior parte dos sobreiros (Quercus suber L.), agora com um verde vigoroso), que atormentaram esta região no Verão de 2005. Contudo os incêndios estão agora a facilitar o desenvolvimento de espécies invasoras e infestantes, sobretudo a acácia-mimosa (Acacia dealbata Link), mas também a acácia-bastarda ou robínia (Robinia pseudoacacia L.) (espécies que pude observar no terreno), que se apoderam do fundo das vertentes e começam a proliferar pelas vertentes acima.
Felizmente no seio do bosque de galeria a situação parece encontrar-se estabilizada, com a presença de alguns indivíduos naturalizados já adultos, mas sem, aparentemente, demonstrarem uma competitação pelo espaço com as espécies autóctones ou arqueófitas (espécies de introdução muito antiga - Populus nigra, L.)














































































Um local a visitar para quem gosta de usufruir da Natureza bem de perto. (por ex. no choupo-negro que serve de ponte natural à ribeira.)




3 comentários:

Anónimo disse...

Graaaaaande Esteban,

espectaculares fotos da Ribeira de Alge. Apenas havia ouvido falar da foz desse curso de água, na embocadura do Zêzere represado ( Cabril?). Houve aí até ao início do século XIX uma fundição de canhões, da qual ainda se podem apreciar algumas ruínas quando a albufeira está a baixa capacidade. Um outro percurso interessante seria a descida do Nabão, ao longo de formações cársicas maravilhosas.

Estevão Portela-Pereira disse...

Pois eu não conheço a foz desta ribeira, mas há 15 dias voltei novamente lá para fazer quase todo o percurso deste curso de água no Concelho de Alvaiázere... até a um ponte interessante (de um só arco)na localidade com o mesmo nome - Ribeira de Alge...
Mas pode ser que o meu estudo me leve a lá e também ao Nabão...

Dulce Silveiro disse...

Também conheço a ribeira de Alge, sou da freguesia de Maçãs D. Maria.