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domingo, 16 de outubro de 2011

simulação de 1 dos cenários possíveis do novo mapa de freguesias do concelho de Ponte de Lima.

O que aqui pretendemos mostrar é a apenas 1 dos cenários possíveis, mas até Junho de 2012 muita coisa ainda será discutida e alguns dos critérios serão "limados".
O esboço que aqui se apresenta é apenas isso mesmo tendo em conta os critérios até agora apresentados. Algo muito importante será a nova designação das freguesias que terá de ser alcançada com o maior consenso possível. Haverá várias hipóteses mas os cidadãos das freguesias mais populosas terão de ter em conta a opinião dos vizinhos das mais pequenas. Terá de haver solidariedade para evitar discussões desnecessárias. A nova designação poderá surgir do nome da freguesia maior/mais importante, de um elemento físico que identifique as freguesias agora juntas, da junção do nome das freguesias, dos oragos das freguesias, etc. As populações que sempre foram vizinhas saberão certamente encontrar um nome que a agrade a (quase) todos. Os nomes aqui apresentados partem do meu conhecimento do terreno, que é maior na parte N do concelho que na do Sul.
O 1.º problema começa logo na freguesia urbana, visto que não há 15 000 hab num raio de 3km da sede de concelho. Essa área terá de ser alargada um pouco mais para obtermos a nova freguesia de Ponte de Lima, que agregará provavelmente a atual Ponte de Lima mais Arca, Ribeira, Feitosa, Correlhã, Santa Comba, Bertiandos, Sá, Arcozelo - só assim se conseguirá obter mais de 15 000 hab. (no caso, com dados recentes de 2011 segundo a lista da ANAFRE, teríamos  15 252 hab.). Outro cenário será possível se se optar por uma estratégia mais radical com o "desmembramento" das freguesias atuais por diferentes freguesias - por exemplo. Uma opção deste tipo poderá levar à manutenção da "vila" de Arcozelo, por exemplo agregando a Ponte de Lima os lugares mais próximos da atual Arcozelo, enquanto os mais distantes formam uma freguesia nova com as atuais freguesias a Norte... Mas penso que esta opção será mais difícil de implementar pois gerará maiores conflituosidades de opiniões. Mas não será de descartar em situações pontuais.
Posteriormente a lógica será "engordar" as grandes freguesias atuais com a mais pequenas, mas a tarefa não é fácil, quer por questões demográficas associadas às fronteiras físicas do território, quer pela resistência que possa surgir das populações fruto de velhas "picardias". Começando pelas freguesias do quadrante NE do concelho. A mais populosa é Refóios do Lima e a menos Vilar do Monte. No total de 9 freguesias a população é de apenas 5 376 hab. Parece pouco provável apenas 1 nova freguesia, até porque 2 das atuais têm a sua sede a mais de 10 km de Ponte de Lima. No entanto, não há população suficiente para 2 novas freguesias - mas provavelmente não haverá outra solução, pois o rio Lima é uma fronteira natural a Sul e para W há a serra do Formigoso a separar Labruja de Cabração. Assim aparentemente ficaríamos com 1 nova freguesia rural do "Alto Labruja" (Labruja, Bárrio, Rendufe e Labrujó) com 1101 hab e 1 nova mista "Calheiros/Refóios" (Refoios do Lima, Calheiros, Brandara, Cepões e Vilar do Monte) que não cumpriria a regra, pois teria apenas 4275 hab.
A NW este exercício levaria a 2 novas freguesias rurais com a fusão das 3 freguesias do "Alto Estorãos" (Cabração, Moreira do Lima e Estorãos) com 1476 hab. e outra no "Baixo Estorãos" (Fontão e S. Pedro d' Arcos) com 1748 hab. Apesar de Fontão ser APU a maior superfície da APR de S. Pedro tornará esta nova freguesia essencialmente "rural"! Fica a dúvida se se aplicará assim o critério.
Por outro lado, as contas a Sul são mais difíceis de fazer e onde haverá lugar a mais discussão quanto às freguesias a criar, até porque há várias pequenas freguesias que se podem unir em diferentes cenários. Um deles poderá ser o seguinte: 1 freguesia rural (dada a área não edificada) no "Vale do Pontido" (Facha, Vitorino das Donas e Seara) com 3304 hab.; 2 freguesias já na bacia do rio Neiva - "Piães/Cabaços" (Vitorino de Piães, Navió, Poiares, Fojo Lobal, Cabaços e Friastelas ) com 3945 hab. e "Vale do Neiva" (Freixo, Ardegão, Mato, Gaifar, Sandiães, Vilar das Almas e Calvelo) com 3521 hab. Ambas serão mistas, mas enquanto a segunda está a mais de 10km da sede do concelho, a primeira em parte não está. Resta saber qual será o critério, tendo em conta que a sede na nova freguesia ficaria a mais de 10 km, por certo?!
Haverá 1 freguesia no "Vale do Trovela/Anais" (Rebordões Sta Maria e Souto, Fornelos, Serdedelo, Queijada e Anais) com 5657 hab. Este conjunto é um pouco "forçado" com a inclusão de Anais que está na bacia do Neiva. Mas como esta área está a menos de 10 km de Ponte de Lima foi esta a melhor solução encontrada para que a nova freguesia do "Vale do Trovela" tivesse os 5000 hab. "exigidos". Outra hipótese seria a troca por Fojo Lobal e Cabaços! Caso seja este o cenário daqui a uns meses, na altura das decisões finais do Governo, penso que terá de ser a população a decidir para onde "querem ir".
Finalmente 1 freguesia "Gandra/Boalhosa" será o conjunto das freguesias do "canto" Este do concelho, incluindo as atuais na margem esquerda do Lima (Gondufe, Beiral do Lima, S. Martinho da Gandra, Gemieira e Sta Cruz do Lima) e a Boalhosa, com apenas 3315 hab., mas não há mais no concelho para anexar.

Feitas as contas, e se os critérios se mantiverem e não forem rígidos, o concelho de Ponte de Lima ficará com cerca de 10 freguesias, tendencialmente mais, porventura. Caberá aos atuais autarcas promoverem o debate construtivo envolvendo a população nestas escolhas para o nosso futuro. Desde o início deste processo todos os limianos terão de ser um livro aberto a sugestões, se houver quem queira impor a sua ideia a outros essa "implicância" só levará a discussões sem resultados. E o país não tem tempo para empates.
Muitos terão de abdicar do "poleiro" como diz o povo, para que "poucas mas boas" freguesias possam servir melhor todos nós. Ao longo da História já houve várias reformas, e muitas freguesias atuais já foram antes concelhos independentes, mas a História é feita pelas pessoas e se as pessoas quiserem esta pode evoluir. Poderá parecer um "discurso tipicamente político", mas o que fica na História são os momentos de mudanças/reformas/conflitos (incluindo infelizmente as guerras), não são os períodos em que tudo fica na mesma e, que no caso, não serve o país nem as populações.
As freguesias serão maiores, logo terão ao seu dispor mais meios para ajudar as populações. Depois não será o mesmo ter cerca de 10 presidentes de junta a dialogar com o presidente de câmara - como podem imaginar será 1 processo muito mais fácil e, como tal, mais rápido se pode chegar a consensos. No meu ponto de vista estas novas juntas deveriam estar abertas todo o expediente e não apenas 2 horas por semana, como acontece em muitas freguesias atualmente dado serem demasiado pequenas para se poderem dar a esse "luxo". Por outro lado, com a agregação também serão agregados os recursos materiais e humanos (que algumas juntas possuem - funcionários). As freguesias atuais não desaparecerão "do mapa", o que acontecerá é que em conjunto com as povoações vizinhas farão parte de uma entidade nova, com mais força e mais capaz de defender os nossos anseios e interesses.
Como é óbvio pelo nosso discurso somos a favor desta reforma, pois para se poder desenvolver seja o que for temos primeiro de organizar as coisas que estão há muito desatualizadas. O mesmo se passa nos restantes setores do Estado. Tivemos anos e anos a criar organismos para resolver problemas de momento. O problema é que muitos deles não deram conta do recado e outros, pasme-se, continuaram depois do problema ter sido resolvido. Estes são os famosos "tachos". As juntas de freguesias não o são, de um modo geral, mas como são demasiadas acabam por funcionar como tal, sobretudo nas grandes cidades...
O país há muito que está de "tanga", e agora aproxima-se da "nudez total", pois ao longo dos tempos os responsáveis foram criando "tachos e mais tachos". Construíram auto-estradas para todo o lado, prédios e urbanizações por todo lado, mesmo em solos agrícolas; destruíram o tecido agrícola e florestal do país, assim como as pescas... etc, etc... Todos aproveitavam subsídios, mesmo sem precisarem,  fossem eles da saúde, da segurança social, da educação, do que fosse, as mordomias estão por todo lado... e a corrupção também. Quase todos fogem como podem aos impostos, muitos não querem saber dos atos eleitorais, outros pouco esforço fazem pelo emprego que o Estado lhes "ofereceu", etc, etc. Como pode um país funcionar assim!?!
Se olharmos para o país como se de uma família ou de uma empresa se tratasse, com estas despesas todas e com as receitas sempre a caírem o que fariam? Fomos obrigados a pedir um empréstimo e agora temos de o pagar e com juros. E os juros, como dizia o meu avô, são como os pinheiros, crescem noite e dia. Nos dias que correm seria mais como eucaliptos ou mesmo mimosas.... que estão por todo lado.
Veremos o que vai dar...

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