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quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Pesca Tradicional da Lampreia no Rio Lima, Homenagem a 1 Amigo

Para homenagear um amigo, que se foi ainda a meio da sua vida terrena, fui ao meu baú de fotografia. (Fotos de 18 de Março '07)


Aqui podemos ver como se pesca a lampreia (Petromyzon marinus), que serve de base para muitos dos pratos tipícos do cozinha minhota... O problema é que já são poucos os profissionais que pescam assim... a espécie poderá estar ameaçada como no Rio Tejo, onde foram exploradas até à exaustão...
Esta pesca tradicional foi gravada em documentário por um canal da vizinha Galiza, onde este amigo participou onde a minha propriedade e o "nosso" rio foram o cenário... Nunca o cheguei a ver...







Um abraço amigo para quem me ensinou muito sobre o rio desde a minha infância... e adorava o Rio Lima acima de tudo, pois passou lá grande parte da sua vida... Até sempre... ainda sentiremos a brisa do rio um dia... Armando Dantas... o "Pilo"...

Mesmo em plena selva urbana há Natureza!



No passado dia 27 de Novembro fui acompanhar um trabalho de campo de dois especialistas da vegetação em Portugal... no Sapal das Hortas de Alcochete e das Salinas do Samouco.

Observei, ouvi, aprendi e, como é óbvio, tirei muitas fotografias...

Mas, na chamada Reserva Natural do Estuário do Tejo, não fotografei apenas plantas do sapal... acabei por fotografar uma das maravilhas e ex-libris do que resta deste Estuário - os flamingos (Phoenicopterus roseus - o flamingo-comum, segundo a informação do site (http://en.wikipedia.org/wiki/Flamingo). Bem, ficam aqui algumas das fotos das aves, da paisagem e das plantas - sobretudo espécies dos juncais classificados nos habitats da Rede Natura 2000 como "Prados Salgados Mediterrânicos" comunidades de plantas da ordem Juncetalia maritimi. (http://www.icn.pt/psrn2000/caracterizacao_valores_naturais/habitats/1410.pdf).




Chega de "paleio" as imagens falam por si... depois é só ir visitar, promover e, acima de tudo, proteger...

































































sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Vamos acabar com a impunidade... denuncie!!!




Como já tardava a escrever...

(c) http://www.gnr.pt/portal/internet/sepna/
Numa pesquisa surgiu-me a página SEPNA (Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente) da GNR, a Polícia Ambiental Nacional ou a chamada Brigada Verde da GNR. Veio substituir a saudosa Guarda Florestal... que muito contribuiu para o que ainda hoje resiste das nossas florestas... (À pouco tempo fiquei a saber que um tive um tio-avô guarda florestal que morreu em serviço - talvez venha daí o meu gene...)
Em qualquer serra deste País se vêem as ruínas (na maior parte dos casos) das antigas "casas do guarda"... É triste pensar que na altura em que o País vivia uma ditadura havia uma política de protecção de florestas bem organizada... e agora numa democracia o ICN(B) (alterou-se o nome nem sei bem porquê? Tradição em Portugal) nem dinheiro tem por vezes (ou muitas) para telefone, gasóleo etc, quanto mais para contratar mais pessoal especializado... quando há n licenciados da área do ambiente sem trabalho?! Só para referir um exemplo há cerca de 2 anos atrás tive conhecimento que para a Paisagem Protegida da Serra de Montejunto apenas havia uma pessoa, era ele o vigilante, o recepcionista... o investigador, etc. para a serra toda???! Como é possível proteger a Natureza, estudá-la, preservá-la assim?! Só com muito amor e sacrifício, diria eu...


Bem pelo menos temos, legalmente, desde Fevereiro de 2006, através do DL 22/2006 e da Portª 798/2006, o SEPNA.


Qualquer situação de ilegalidade podemos apresentar queixa através de um formulário electrónico bastante prático. No site http://www.gnr.pt/portal/internet/sepna/ procurar "SOS Ambiente" e é fácil...


Mas o melhor é dar uma olhadela pelo site e ver qual a a responsabilidade desta brigada verde...
A mascote (figura acima) "guarda natureza" representa um lince, esperemos que a sua presença no terreno não seja tão rara ou inexistente como o lince-ibérico (mais uma prova da nossa intervenção desregrada na Natureza).


Está na altura de agir, não se pode ficar complacente com atentados, por mínimos que sejam, ao nosso património natural, um bem cada vez mais raro...

domingo, 12 de agosto de 2007

Ribeira d'Alge em Alvaiázere, um paraíso (quase) perdido!

Para comemorar o Dia Nacional das Áreas Protegidas (28 Jul'07) um amigo convidou-me para um percurso pedestre pela ribeira d'Alge em Alvaiázere.



Um paraíso perdido no meio de uma área de eucaliptal, ardida recentemente, já no Maciço Antigo, onde, ao contrário da Orla Lusitânica, dominam os granitos e xistos. (PS: em termos morfoestruturais o território continental está divido em 4 grandes áreas, o Maciço Antigo, as duas Orlas (a Ocidental ou Lusitânica e a Algarvia - bacias sedimentares antigas - calcários e margas) e a Bacia Sedimentar do Tejo-Sado (mais recente) - areias.)


No fundo de um vale mais ou menos encaixado encontra-se um, aparentemente bem preservado e adulto, bosque de galeria de amieiros (Alnus glutinosa (L.) Gaertner), choupos (Populus nigra L.) e freixos (Fraxinus angustifolia Vahl. , e também loureiros (Laurus nobilis L.), ladeado aqui e ali por carvalhos-cerquinho (Quercus faginea Lam. subsp. broteroi (Coutinho) e carvalhos-negral (Quercus pyrenaica Willd.)


No subosque encontramos grandes arbustos (ou pequenas arboretas) o sabugueiro (Sambucus nigra L., sanguinho-de-água (Frangula alnus Mill.), o pilriteiro (Crataegus monogyna Jacq.), o medronheiro (Arbutus unedo L.), as urzes (Erica sp.) mas também a gilbardeira (Ruscus aculeatus L.) e 2 ou 3 espécies de fetos (feto-real, Osmunda sp...) e a murta (Myrtus communis L.) entre outros...





























Este biótopo no fundo do vale foi poupado pelos incêndios que devastaram o eucaliptal (Eucalyptus globulus Labill. e matos nas vertentes (excepto a maior parte dos sobreiros (Quercus suber L.), agora com um verde vigoroso), que atormentaram esta região no Verão de 2005. Contudo os incêndios estão agora a facilitar o desenvolvimento de espécies invasoras e infestantes, sobretudo a acácia-mimosa (Acacia dealbata Link), mas também a acácia-bastarda ou robínia (Robinia pseudoacacia L.) (espécies que pude observar no terreno), que se apoderam do fundo das vertentes e começam a proliferar pelas vertentes acima.
Felizmente no seio do bosque de galeria a situação parece encontrar-se estabilizada, com a presença de alguns indivíduos naturalizados já adultos, mas sem, aparentemente, demonstrarem uma competitação pelo espaço com as espécies autóctones ou arqueófitas (espécies de introdução muito antiga - Populus nigra, L.)














































































Um local a visitar para quem gosta de usufruir da Natureza bem de perto. (por ex. no choupo-negro que serve de ponte natural à ribeira.)




domingo, 15 de julho de 2007

Voltei novamente ao ninho das corujas


Bem desta feita apanhei-a... embora tenho falhado umas tantas fotos... eis a Tyto alba a pousar para a foto.

sábado, 14 de julho de 2007

Tyto alba (coruja-das-torres) - a claridão da noite

Tenho uma relação de longa data com corujas... pois felizmente vivo num local priveligiado onde a Natureza ainda domina a paisagem....

Bem a minha relação com corujas leva-me até à infância, às noites em que estas não me deixavam dormir, pois atormentavam-me o sono com as suas vocalizações "fantasmagóricas"... O auge dessa relação aconteceu numa noite de Verão, pelas altas horas da madrugada:

-- Acordo durante a noite com vontade de ir à casa de banho, levanto-me e dirigo-me para a porta do WC. Não é longe! É só sair do meu quarto e três ou quatro passos à direita no corredor estou logo junto da porta. Para não acordar a família não acendo a luz e abro a porta da casa de banho lentamente. DE REPENTE OUÇO UM GUICHAR DOS INFERNOS MESMO À MINHA FRENTE!!! Com o susto dou um berro que deve ter acordado toda a freguesia e caio para trás, pois o meu corpo reagiu rapidamente àquele acontecimento brusco. O que acontecera?!! Uma coruja estava deliciosamente de vigia no parapeito da janela aberta da casa de banho. Esta fica virada para o rio, com uma vista priveligiada para a noite... Conclusão, ao abrir a porta ela reagiu da mesma maneira do que eu... Resultado, acordamos o pessoal todo e apanhamos um susto de morte...

Agora devem estar a pensar que, depois deste acontecimento dramático, devo ter ficado traumatizado com as corujas..., mas tal como eu na altura, enganam-se. A partir dessa noite comecei a compreender melhor as corujas, a saber ouvir as suas vocalizações, que imitam vários sons de outros animais, enquanto caçam na noite escura. Ainda hoje adoro ouvir os sons que ecoam na noite vindo das profundezas da Natureza. Durante o Verão costumo abrir a janela do meu quarto e, de luz apagada, começo a sentir, ouvir e a observar as corujas... e os outros seres da noite...

No meu encontro imediato não me apercebi, como devem imaginar, se se tratava de uma coruja-do-mato ou de uma coruja-das-torres (as duas espécies mais frequentes em Portugal), pois nessa altura não sabia sequer como era uma coruja... só lhe vi os olhos penetrantes como raios a esventrar-me a alma...

Mas porque é que vos conto esta estória?! O que acontece é que, com muito agrado meu, reconheci os sons familiares das corujas quando em Setembro de 2006 me instalei em Salvaterra de Magos. (É a vida peregrina de um professor?!!!) Na casa onde estou há um auraucária-de-norfolk já bem crescidinha (mais de 10m) onde umas Tyto alba se empoleiram quase todas as noites a emitir vocalizações espectaculares -- devem estar de olho nas osgas que abundam nas paredes do jardim -- Eu não me assusto, delicio-me a ouvir e a retribuir como posso... (de tanto ouvi-las acho que não as emito muito mal). Bem quem se assustava, de início, era o então pequenote, o Mundo, o meu gato... ficava todo espantado quando as ouvia, com as orelhas espevitadas e os olhos arregalados, eles próprios muito semelhantes aos da coruja...

Conheço mais ou menos os hábitos destas corujas e logo comecei a pensar que num dos edifícios semi-abandonados que me rodeiam deveria haver um ninho. Foi então que no início da Primavera comecei a desconfiar das chaminés da velha escola primária, que já não devem ser utilizadas. Bem, a minha teoria foi confirmada esta semana quando ouvi e vi (e não fui o único) uma pequena coruja que chamava pelos progenitores. Depois não demorou muito a ver um dos progenitores a voar rente à chaminé... Fiquei a pensar... se eu tivesse aqui um câmara fotográfica...

Não tive de pensar muito, pois hoje, depois de vir de tomar um cafézito, o filhote fazia um grande alarido, passei a rua e deslumbrei-o no mesmo local do início da semana... de repende uma claridão no céu negro passa a voar por cima de mim e abeira-se da chaminé com um, ao que parecia, pequeno roedor no bico... A cria deve-o ter devorado de uma só vez, pois rapidamente voltou a pedir mais... Enquanto isso a/o progenitor(a) empoleirou-se no telhado... Mais uma vez onde estava a máquina fotográfica. Desta vez tinha de ser... foi rapidamente a casa e o resultado foi esta foto... não é muito para aquilo que assisti... mas seria dificil fazer melhor. A única luz presente é a dos candeiros da rua e de um outro mesmo por baixo do ninho... do resto é o trabalho do flash incorporado da máquina... por isso é que digo -- nada mau?! Pois não tenho equipamento para mais... Só se a progenitora viesse novamente alimentar a cria. Esta ainda passou sorrateiramente enquanto lá estive (por volta de 30 minutos no máximo), mas não consegui melhor. Haverá mais oportunidades, resta é haver paciência...

Digamos que esta foi a primeira vez em que pude aperceber-me do voo magnífico e super silencioso de uma coruja, pois doutras vezes só dislumbro pequenos relanços albos na escuridão.
A excepção foi na Feira Medieval em Ponte de Lima, (em Maio, e acontece de 2 em 2 anos) onde pude deliciar-me ao ver duas Tyto alba, mesmo à minha frente...

Só mais uma observação... espero que as pessoas que viram o espectáculo das aves de rapina não tenham compreendido a mensagem de uma forma deturpada... (ainda por cima os falcoeiros eram galegos). O que pretendo frizar é que o objectivo deste espectáculo é mostrar às pessoas o que normalmente não veêm, só imaginam nos seus pensamentos mais medonhos. Assim, não é de todo recomendável, (até porque é ilegal no nosso País), nem correcto, que por terem visto umas aves de rapina domesticadas a darem um espectáculo, que agora vão querer fazer o mesmo em casa, roubando pequenas crias dos ninhos... entre outra coisas, mais ou menos "infelizes" (fruto da ignorância e insensatez e desrespeito pela Natureza).
O objectivo da conservação da Natureza não é colocar os animais em jaulas de jardins zoológicos, mas sim poder observá-los na nossa maravilhosa casa global, a Natureza quanto mais bela e selvagem possível.
Para saberem mais sobre este belíssimo animal acedam a:

sexta-feira, 13 de julho de 2007

myself


Colecção Árvores e Florestas de Portugal

A minha primeira sugestão vai para a excelente publicação do Jornal Público em parceria com a Fundação Luso-Americana Para o Desenvolvimento e Liga de Protecção da Natureza. A colecção de 9 vol.'s intitulada «Árvores e Florestas de Portugal» é fruto do esforço do que há de melhor em Portugal, em termos de investigadores na área do estudo da vegetação e florestas. A realçar o volume 9, um guia de campo «Árvores e arbustos de Portugal continental» com mais de 350 espécies descritas, entre árvores e arbustos lenhosos da vegetação autóctone e exótica...
Mas o melhor é ver para crer, adquirindo a colecção numa loja do Público, agora que a colecção já terminou. Para mim não fui fácil completá-la pois os números 2 e 3 esgotaram-se rapidamente, mas lá consegui ... Para mais informações aceda à página do Público...


Finalmente o blog

Finalmente lá tive tempo para isto...